domingo, 27 de novembro de 2011

Renascer


São as horas
que tiquetaqueiam as manhãs
o tempo voa
como ave de rapina
implacáveis
nas verdes campinas
ventos brandos
sopram friamente sobre o peito.

Na soleira
o hálito fúlgido do sol
dobram e quebram-se como vidro
areia revolta
no fundo das águas

Explodem nos poros
um susto...
um bem-vindo surdo
silenciando fortes trancas e ferrolhos
os olhos mágicos
são cegos

tudo é tão frágil
rígidos dormentes
espraiam-se em pó
nada sustenta mais a solidão

O corpo relaxa
nas curvas das costas do ancião
a madeira da cadeira de balanço
permanece ziguezagueando
sob os pés da mesa

A casa...
o velho corpo
e os sinos dobram
no equilíbrio das ondas do tempo
comemorando solitariamente
o renascer...

Mozart

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ARROUBOS

Por vezes

Erik Satie invade meus sentidos
Divago sobre os acordes
notas de cada melodia
cruza, abusa da morte
E ressuscita rusticamente
Das minhas entranhas

A música sobrevive o presente
Uma abdução passageira
Retalho-me em paisagens
Não existe um lugar
A dor é silenciosa
Incapaz de capacitar à cura
Devoro-me delicadamente
Enredando em um novelo de lã
Tomo a agulha
A linha e costuro tramas interiores
Nós apertados desfazem-se
Arromba a porta
O som invade o quarto
E expulsa lentamente
os bárbaros
os solitários arroubos
Um surto generoso
Sustenta o dizer
A loucura de estar
Aqui sem mim.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Olhos

espreitam as veredas,

iluminam as fendas
os corações enamorados
olhos
de soslaio
arrepiam e sussurram
sustenidos beijos
que eriçam a nuca
Mozart

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Afogados


Arrasto-me levemente

o peso das correntes
estrangulam artérias
o sangue explode de raiva
o corpo afoga-se
no ritmo surdo dos bambas
embriagados de segredos
dançam nas curvas serenas do acaso
cicatrizam-se os nós
fazemos sinuosamente
na ponta da agulha
o sinal da cruz
que nos abandona
rejeita e perdoa
suburbanas noites marotas
nos espreitam
nas emboscadas da vida
uma rua aqui, uma viela ali,
e o rastro...
pode apostar
a vida é um surto
quando se refaz
o destino falece
sobre nós

domingo, 3 de julho de 2011

M.A.Ç.Ã

Obsceno prazer

orexia voraz
capaz de sorrir
sobre o vermelho
da casca fugaz
perfumado desejo
subterrâneo
pomo saboroso
de cabo à semente
que resguarda molhadinha
o vigor do novo fruto
destino trapaceiro
vil e vicioso aromas matutinos
és macieira frondosa
capaz de trazer a calmaria
em chás matinais
MOZART

domingo, 26 de junho de 2011

C.E.L.A.

existe uma trave

nos olhos suaves das manhãs
há uma estrela brilhante
no fundo da parede
fez-se luz o sangue
a penumbra despede-se
radiante na grade
o negrume se estende
em paredes lambuzadas
e viscosas de vícios
sombrio o mundo desfaz-se
nos olhos assassinos
dos sem-culpas
a força imponente
de membros desejosos
calam em espasmos jocosos
a cela fria preenche
saliva, língua, suor
- sexo solitário
prisioneiro gozo matinal
o vazio persegue
o cassetete desliza
no torpor da carne espalmada
de um caminho sem fim
Mozart

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Cravo



(...) a imaginação é muito mais importante que o conhecimento. EINSTEIN
 
tenho em mim
um gesto voraz
uma raiva contida
que luta e espera
no hall das verdades
o meu segredo
estende-se à dor
que não consigo
superar e libertar
o sorriso contrito
é flor, é cravo
meu sangue arado
em terras de ninguém
a queda é fruto
cativo do inesperado
um punhal silenciado
a resolver no meu peito
o alvo de tudo que travo.
Mozart

domingo, 19 de junho de 2011

...INESQUECÍVEIS...

sonhos memoráveis
sombras da vida
árvores sem fruto

coração empedernido
inverno pleno
um sol tímido

aquecendo o gelo
derrete em lágrimas
toda solidão

pássaros canoros
vagueiam

no abismo

azul de primavera
o vento rasga a carne
assobia

silenciosamente
anunciando
verão de sangue.

Mozart

domingo, 12 de junho de 2011

Brasileiro

10/06 - dia da Língua Portuguesa
não quero enterrar-me
numa cadeira vazia
num canto da sala
ou nas esquinas das vias
não quero navegar
nas enseadas do Tejo
sem poder sentir

o batel vaguear
o mar bravio desfalecer
nas ondas brandas do passo
não quero afogar-me nas letras
no ultimo sopro das palavras
quero lembrar a Lisboa do meu tempo
de um Castelo de São Jorge sem templo
dos Jerônimo, Vasco e Camões
a imponência de Pombal
a luz nas praças
o tal déspota esclarecido
que decidido bradou
por toda Lusitânia
o seu amor por Olissipo
quero o amor dos gentios
que devoram os pastéis de Belém
nas barrigas de deliciosas freiras
quero enterrar-me nas poltronas de livros
e revisitar minha língua
minha pátria, minha vida
pois se Portugal é meu pai
eis seu filho: Brasileiro

sexta-feira, 3 de junho de 2011

URBANOSEMCAUSA - NY 2011

my city

BRASIL - Rio

sometimes

I see the city

away from eleventh floor

the avenues are lost

at eleven o’clock

time is scarce

the departure is set

the buildings wake up

I see the lights

star-like points

domed asteroids

potent supersonic motors

traces of brilliance

bombarding the universe

sometimes

near by the city

the dusty is the same

the creature is the same

the souls diverge

sex is fun

along the hills

against the barriers

prohibition or not

you know

in the city

sometimes

whatever.

Mozart

translation by Dr. Ines Shaw

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pelos ares...

Nas sinuosas rotas da miséria
o perfil sombrio da corrupção
devora o trabalho
as escravas noites
ainda labutam
nas fagulhas odiosas
da mentira política
o planalto aquece
as mps continuam
carbonizando os operários
de rotina
as garras de lobos ferozes
atormentam
dilaceram carnes
vão todas
pelos ares...

é...!

tudo pelos ares
provocando o nosso terror
de cada dia.
Mozart

sexta-feira, 20 de maio de 2011

OFF BROADWAY

Meu silêncio na calçada


Desequilibrando as pernas

Embriagado de verdades

Berra, xinga – pinta e borda

Times Square

Realidade e sonho

Trapos e farrapos

Na Quinta Av.

Meu silêncio é aurora

Costurando as ruas

Veredas e bueiros

Na rua 42...

domingo, 8 de maio de 2011

MATERNIDADE LEILA DINIZ: A Poesia Presente. A ausência e o descaso - Presentes. As autoridades, Ausentes.

Mulher

O sono atravessa o sonho
num sutil movimento
desejos - pontes da imaginação
construindo infinitos
Refúgios de imagens
Unção


Reformando a vida
Unindo forças

Somatório de lutas
Nem que seja
ainda...
Mãe.

08/05/11

(Poesia: "manifestação por melhores condições de atendimento às gestantes")
Mozart

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Nu

Nu,
repouso
um tempo dividido
os traços calmos do artista
ao redor de seu corpo
seja somente a linha
que vela a parte
com Arte, um sonho
Mozart

sábado, 9 de abril de 2011

LEMBRANÇAS

São minhas também as lembranças

Os líricos sonhos de criança
Que nas minhas entranhas
Exalam flashes sonoros


A Seans Pena ensolarada
O cinema Carioca
O América holiwoodiano
Tom & Jerry nas matinês
O milkshake do Bob’s
Canta a doçura das meninas recatadas
Desfilando sedas e laços
À moda Slooper.




São minhas também as lembranças
Das calçadas de pedra portuguesas
Eternizadas nos saltos finos
Das senhoras tijucanas.


Fechos os olhos
As luzes ascendem
No maneirismo
Tradicional
Meu pobre verso explode
A gema carioca se ilumina no asfalto

A tarde cai
As pombas dançam no céu
O chafariz...
Em que tela retratou-se?

São minhas também as saudades.


MOZART

quarta-feira, 16 de março de 2011

Aveugle

Je vois
Dans le flou
La route bien réelle
Mes yeux sont baignés
D’images,
Ils égrènent des larmes
Qui humectent
Mes lèvres figées
Dans des silences
Susurrés.

Mozart

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sous le ciel de Paris

Sous le ciel de Paris
S'envole une chanson
hum hum (...)
Elle est née d'aujourd'hui
Dans le coeur d'un garçon

Sous le ciel de Paris
Marchent des amoureux
hum hum (...)
Leur bonheur se construit
Sur un air fait pour eux
Sous le pont de Bercy
Un philosophe assis
Deux musiciens
Quelques badauds
Puis les gens par milliers

Sous le ciel de Paris
Jusqu'au soir vont chanter
hum hum (...)
L'hymne d'un peuple épris


De sa vieille cité
Près de Notre Dame
Parfois couve un drame
Oui mais a Paname
Tout peut s'arranger
Quelques rayons
Du ciel d'été
L'accordeon d'un marinier
L'espoir fleurit
Au ciel de Paris

Sous le ciel de Paris
Coule un fleuve joyeux
hum hum (...)
Il endort dans la nuit
Les clochards et les gueux

Sous le ciel de Paris
Les oiseaux du Bon Dieu
hum hum (...)
Viennent du monde entier
Pour bavarder entre eux
Et le ciel de Paris
A son secret pour lui
Depuis vingt siècles
Il est épris
De notre île Saint Louis
Quand elle lui sourit
Il met son habit bleu hum hum
Quand il pleut sur Paris
Quand il est trop jaloux

De ses millions d'amants
hum hum (...)
Il fait gronder sur nous
Son tonnerre eclatant
Mais le ciel de Paris
N'est pas longtemps cruel hum hum
Pour se fair' pardonner
Il offre un arc en ciel

Paroles: Jean Dréjac
Musique: Hubert Giraud

quinta-feira, 10 de março de 2011

indelével maldade

dê uma chance
ao mistério
falo do inquietante
campo de concentração
- solidão
no interior da alma
um estranho habita
deliciosamente nu
escoltado, luminosos
os corpos suspiram
gotejam, suam
viscosamente
a melhor oferta



sustenta o abandono
nervos ardentes
Aquiles e Pátroclo
sorte do desejo
anseio de sexo
faces incógnitas
da indelével maldade
salivam e selam
língua e carne
sobre os dentes
ruas alertas

postes eretos
iluminam o ardil da noite





esquinas povoadas
loucas rebuceteiam
o amor rígido
intumescido, alucinado
falo – arena da solidão
a brutalidade das mãos
num vai e vem ritmado
delineando espasmos
que coram os malditos gozos







covardes e assassinos
emudecem as madrugadas
são eles desviantes
príncipes, poetas e ladrões
das verdades avessas
aliados as couraças
escorraçando os medos
os freios, os furtos
frutos de insultos
invertem o mundo
sobre-o-mundo
a gaiola de Genet
esvazia-se de sangue



Mozart

quarta-feira, 2 de março de 2011

Um toque de Genet

tem um toque de genet
nas portas da cidade
sobem as escadas
descem os morros
e o prazer exclama
eriça os sentidos
em um território escuro


bate a porta do carro
um clique dedos inquietos
alarmes acionados
entre bueiros, postes e esquinas
lamparinas umedecem
corpos serpenteiam aos meio-fios
o fôlego por um fio
pronunciam-se as estranhas
rostos rudes
mãos calejadas
atravessam fendas
poros, instintos
agitam os músculos eréteis
marcas proeminentes
dos safados jeans
camisetas alargam os peitos
de pelos revoltos ao sereno
rompem-se as gretas
ancas ordinárias se afastam
o membro se acanha, outro assanha
mãos deslizam sobre zíper latino
hálito morno na nuca
espalmar de mãos dobram o torso
olhos públicos faíscam
teso e reteso nervo
nos arcos das pernas se dilatam
anéis afrouxam gemidos
e a linha passa agulha
em um costurar de emoções vazias



- é, Jean Genet na praça
querrele no largo das noites vagas
arrasta-se nas rodas finas de um carro
entusiasmam os faróis, a partida
a noite é surda
mas o viscoso líquido
na bunda da lua
lubrifica as retinas
lubrifica...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ópera dos mortos

tijolos nos aproximam
 as casas geminadas
ando pela sala
portas escancaradas
cospem chaves
e solidão
anfitriã desejosa
fecha as janelas
recolhe o pó.
os dedos deslizam
sobre as xícaras na mesa
as migalhas de pão
confundem-se com o bordado inglês
manteiga rançosa
resto do matinal sustento
aroma suspenso
brioches mofados
marcas de batom nas taças
tudo distante
e por alguns instantes
os mortos repousam
sobre as lembranças
desvirginando pensamentos
em uma única palavra:
insanidade
e ao sono do piano
provo Mozart.




SECA DE LEI.


turbilhão de imagens

faróis acesos
setas – lanternas
laranjas, verdes e vermelhas
incandescem as multidões

na mão esquerda o talão
a caneta baila sobre a tinta
à direita: azul e preta
cores da punição


embriagados nos balões
suspensos – lei seca

assusta a multidão

que segue - impune

corrupta e surda

atropelando a moral

imoralmente calados

mortalmente deuses


MOZART

Lunáticos

olho as esquinas
avesso aos faróis acessos
os postes estreitam o brilho
a covarde luz da lua
se cobre de concreto
edifícios encouraçados
de visão obtusa
projetam a seda dos ventos,
as cortinas estremecem
violentadas pela privacidade
a solidão alucina
lunáticos trafegam as calçadas


na folia, na anarquia
e despem as máscaras
as vestes – os sexos
somos iguais
nas ruas, nas mansões,
nos barracos que verticalizam
as grades limitadas de nossos desejos.
MOZART

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tradução


A PALAVRA

volta a margem
e invoca à outra imagem
aquele verso indefeso
picado
PALAVRA por PALAVRA
dela precipita


aquela outra
que expressa
a primeira
que tem o significado
porém forte a PALAVRA
que traduz no verso

a realidade,
prima é dona
que gerou o significado
lembrança que ainda provoca
a derradeira


PALAVRA

MOZART

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Zodíaco

Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso.
Albert Einstein

deus guerra - Ares garras
mente e escrava
soluçam as esquinas
desiguais
saturno rompe os sóis
a lua vacila
as estrelas virgens
sempre sós
giram, calibram
em cabeça do corno - touro
confusos desusos do tempo
leão manso goza
serpenteia as brechas
centaurum os becos
fendas e falos
ejaculam em aquário
nas águas – peixes em mescla
montanha abaixo
capricorniavam limites
escorpião gêmeos seres
fere a rabeira
a promíscua seca
negro, branco – morenos
mulatos molambos
um bambo que rodeia o ar
(Mozart)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

TOCAIA

a vida segue longe

descuidada e sobrevivente

trafegam as tragédias

os espaços vagos

valões amarguram-se

em alterados cursos

as pedras choram

agonizam

despencam – assombram

estilhaços de promessas

golpeiam o peito

risos largos - descaso

retalham a carne do compro-menti -mento

nas mãos a pá da reconstrução

imposturas simpáticas,

tecidas em rede social,

abraçam os peixes de gracejo bravo

naturalmente atocaiados
(Mozart)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Delírio

o elevador verticaliza as escadas
os halls se cumprimentam
o amanhã floresce giras sóis.
na rua os corações excitam o asfalto
fervem retinas que pupilam
automóveis expressos

(ah!) desprezo

largos risos expandem as avenidas
na corrida das calçadas
copiosamente giram
os aros da bicicleta quase veloz
as areias se espalham
se espelham

(mesmo assim) desprezo

vergonhosamente
sobre os brancos,
vermelhos, amarelos, verdes
cores espumantes da Sernambetiba
esquentam arrebentações
um quebra-mar
(ah!) desprezo

todavia
em todas as vias
o bronze arrebatado dos corpos
me provoca um imenso prazer
Mozart

Copacabana

Algum Lugar



ah... em algum lugar
deixei uma palavra
sinuosamente
copacabana
provocando descobertas
nas noites incertas
clandestinos

ah... em algum lugar
nas vielas estreitas do passado
estamos nós
em nós
copacabana
somos hoje
iluminados e porteiros

ah... copacabana
nas areias dos descaminhos
despertados e errantes
andarilhos de seus desafinados
nas notas da bossa
na calçada botas
a realeza
sua alteza: princesinha do mar

Mozart

sábado, 15 de janeiro de 2011

AMARELINHA

Acorda


jogue a pedra primeira
a casa tudo se inicia
aposta no desejo – crie fantasia
mantenha-se ocupado espere a próxima moradia
desperta
jogue na segunda o seixo
resuma a raiva, o lampejo
prefira a canastra à franquia
esteja alerta para assumir a infantaria
acorda
aposta a peleja na terceira
perca as estribeiras
monte o cavalo
saia da estrebaria
afinal – isso tudo passa
é apenas confraria
não entrará no céu
monges da anarquia.
esperto ilumina os olhos
severo, plugado – atento
volta do sonho
incandesce o abajur
ofusca a retina
é dia, acorda!
arrisque a primeira pedra.

(mozart)


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estação

nova estação
abdico à ideia
à dúvida
o mundo é grande
toda nave inconcebível
nem sempre sim;
nem sempre não
nas mãos tristezas cabem
alegrias se desdobram ao coração
tantos desejam persistir
a esfacelada felicidade
é vil moeda
ora sempre sim
ora a cara da coroa
ou apenas um talvez
(Mozart)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Minha Cidade

às vezes percebo a cidade

longe dos onze andares
as avenidas estão perdidas
às onze horas
o tempo é escasso
a partida é certa
os prédios acordam
percebo luzes
pontos estelares
asteróides rotundam
na potência de supersônicos motores
o rastro de brilho
bombardeia o universo
às vezes,
perto da cidade
a poeira é igual
a criatura é igual
as almas divergem
os sexos se divertem
nas ladeiras
nas barreiras
nas leis secas

-sabe,
dentro da cidade
às vezes....

sei lá.
Mozart