domingo, 8 de janeiro de 2012

NOVENA

nem eu, nem tu

nem a mulher ou homem
qualquer pessoa poderá rezar essa liturgia
tão certa é a oração
como o poeta com a pena na mão
a interpretar e anunciar
a peripécia do desfecho da vida
a mulher anda com terço nas mãos
o homem faz novena
noventa por cento dessa população
ora pelas dores que não são suas

poeta velho
o pano cai
o rosário desfiado cala
o cortejo segue em frente
para as luzes acalorarem
no caminho
os tropeços acompanham
em silêncio
calando soluços
do dia a dia

MOZART

3 comentários:

  1. Lindo demais! Realmente somos calados pelo dia a dia, mas que bom que existem poetas como você que nos fazem lembrar quem somos nós e do que somos feitos...

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  2. E quando nos calar que não permitamos isso, mas do nosso grito façamos a ação. Adorei a poesia!

    Abraços.

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